quarta-feira, julho 09, 2008

Nos eixos

As vezes precisamos sair dos trilhos, pra saber o que somos de verdade. São nos momentos de deserto e ventania que nossos extintos afloram.

Eu precisei caminhar pelo saara pra saber quem é a Bruna de verdade. Foi nos momentos de dor que cada pedacinho do que eu na verdade sou.

Essa cara de menina esconde uma mulher forte, nem eu sabia que ela existia. Perdi um filho, um namorado, uma avó. Estou longe de todos aqueles que amo e me querem bem, comi o pão que o diabo amassou, mas estou viva, de pé e peito aberto.

Ainda choro, choro quando vejo as roupas daquele que viria reinar meu mundo arrumadas no armário, não sei me desfazer do que não tive, ainda sinto o cheiro da minha avó pela casa, suas mãos afagando meus cabelos, escuto sua voz mansa pedindo pra eu pegar seu remédio, abaixar o rádio, aumentar a TV, e falando coisas que só eu gostava de ouvir. Sim choro, choro porque ela além de minha avó, era minha rocha fiel, segurava a família no amor e na dor.

Durante minha estadia no deserto, andei por caminhos novos, descobri pessoas raras. Muitos dos que se diziam amigos me faltaram em meio a tempestade, recebi ajuda de quem eu não esperava, de quem nunca esteve perto de mim. Fiz coisas nesse período que me marcaram profundamente e elas me levaram a um conflito emocional, psicológico e físico também, mas através desse conflito criei coragem pra bater pé e exigir o que me é por direito, e exigir tudo aquilo que nunca fiz questão.

Hoje me sinto feliz, de volta aos trilhos, tenho força e coragem. Não sinto saudade do deserto mas uma coisa, não posso negar: ele me fez bem.

terça-feira, julho 01, 2008

O problema é que sou tola e carente,mas não me deixo enganar, se eu pudesse pedir um só pedido seria: pára!

Pára esse carro na minha cabeça!

Quero descer,estacionar, bater num poste.

Não mais delirar,nem sentir no corpo, esse seguir sem descanço, atrás de sutilezas que não podem ser descritas.